O marketing nos motéis teve uma mudança significativa nos últimos 10 anos. E as principais mudanças foram influenciadas pelas tendências de tecnologia, comportamentais e formatos publicitários.

Nos anos 2000, o consumidor estava menos presente na internet e não usava muito as redes sociais. Os motéis utilizavam anúncios em veículos offline como rádio, TV, jornal, impressos, outdoor, busdoor e patrocínios a eventos, todos com altos custos e com pouca mensuração. Pouquíssimos motéis tinham site.

Na década seguinte, após experiência com outros segmentos na área de marketing, ingressei no setor moteleiro, atuando no Bangalô Motel, onde começamos a expansão da Rede Drops. Em 2014, já vendíamos reservas online em site próprio. Os motéis já criavam contas para empresas no Facebook e Instagram e a presença digital podia contar com bom alcance orgânico.

Logo começamos a testar os anúncios no Facebook. O custo por mil pessoas alcançadas (CPM) era muito baixo e conseguíamos segmentar e atingir públicos específicos de maneira eficiente, inclusive geograficamente. O custo em anúncios no Google também era baixíssimo.

Mas, nos últimos anos, uma revolução tecnológica foi percebida no comportamento do público. As redes sociais ganharam muitos usuários e só o Instagram hoje soma mais de 134 milhões de usuários no Brasil de acordo com a pesquisa We Are Social e da Meltwater.

Com isso, a publicidade online precisou ser melhorada, pois mesmo muito segmentada e mensurada, teve seus custos elevados, passando a ser explorada por diversos setores e concorrentes. No entanto, ainda assim, é muito atrativa em alcance e mensuração comparada a veículos tradicionais.

A presença do consumidor online também fortalece as vendas antecipadas de reservas, sejam as programadas (para pernoites, com experiências adicionais), seja as reservas feitas minutos antes da entrada. É uma revolução que facilita para o usuário e gera maior previsibilidade de receita para o moteleiro.

Dentro dos motéis, também temos hoje uma exigência maior do público em relação à arquitetura, que agora é usada também para fotos e postagens em redes sociais. Passamos a ser espaços instagramáveis. E quem não tem espaços assim está ficando para trás!

Precisamos investir mais em fotos e os vídeos roubaram a cena nas redes sociais. Programas de edição de fotos e vídeos se popularizaram, possibilitando que se capte um vídeo de forma amadora, com celular, edite pelo mesmo e ganhe milhares de visualizações em uma rede social sem custos. Junto a isso, podemos nos valer do marketing boca a boca, que foi potencializado pelos influenciadores digitais.

Somos uma referência de espaço de diversão e não mais motivo de vergonha e atrelados à traição. Estamos acompanhando uma verdadeira revolução comportamental da sociedade em relação aos motéis e à internet.

Os motéis que não se adaptaram estão fechando as portas enquanto as redes estão crescendo. É a Nova Motelaria na prática.

Aline Pivetta é gerente de marketing da Rede Drops de Motéis