Falar de motel engaja! Tudo relacionado ao tema sexualidade é atrativo. O consumo de sex toys nunca foi tão alto. Coachs e terapeutas sexuais nunca estiveram tão em voga. A libertação sexual tem sido tão defendida como nunca se viu. Penso que, no ímpeto de ofertar ao hóspede um ambiente de discrição e ainda incorporado dos resquícios de extremo pudor, estamos deixando de surfar a onda de um interessante movimento cultural e social contemporâneo.
Assim, temos que recalcular a rota e abandonar o maior obstáculo para nosso avanço: a tal da discrição! E, veja, não é o “serviço com discrição”, mas sim com “ações comerciais com discrição”, aquelas praticadas de forma tacanha e antiga que nos últimos anos avançaram, quase que praticamente, apenas para posts com belas fotos de casais em banheira de hidromassagem. O motel tem que estar na balada, nas festas populares, no esporte, no comércio e no trabalho. É preciso nos atrelarmos ao conceito de saúde (a juventude é fitness!) e nos valermos dessa vitrine chamada Instagram em que o “ter” e o “luxar” é sinônimo de admiração.
Parcerias com clubes de benefícios, collabs com marcas, patrocínios de bebidas nas decorações das suítes e permutas com empresas de outros segmen
tos são exemplos de alternativas pouco onerosas e que alcançam a grande massa. Nosso setor é interessante por natureza! E nosso avanço não está somente na reestruturação física e tecnológica das nossas suítes e operação, mas também em ações inteligentes, praticadas internamente pelos gestores, que devem estar atentos às tendências com portamentais e de valorização dos aspectos e hábitos peculiares de sua região. Corra para “fora da caixinha”.

Cristiana Neves Andari é gerente do Motel Scala, em Salvador (BA)