Reportagem original publicada na ed. 49 do ABMotéis News
Eles assumiram o motel da família com o objetivo de revitalizar o negócio da família e profissionalizar e modernizar a gestão do estabelecimento. Aos 42 anos, o administrador de empresas Paulo Rapetti trabalhou ao lado do pai desde o primeiro motel adquirido pela família, o Calamares, em São Caetano do Sul, em 1993 (que atualmente é um hotel).
De lá para cá, a família continuou ampliando o número de motéis administrados, possuindo atualmente os motéis Messalina, Amaralina, Adrenalina e Único, todos em São Paulo. Foi a partir de 2010 que a Passagem do bastão de pai para filho começou a se concretizar.
“Naquela época, fazia administração e arranjei um emprego em um banco, mas sempre trabalhei no motel. Um dia meu pai, que confiava no meu trabalho, cobrei que eu estivesse mais na empresa. Isso me deu um ânimo porque vi que ele acreditava em mim e no meu potencial. Encarei os motéis como fonte de renda e comecei a me apaixonar por isso”, conta Paulo, que assumiu definitivamente a rede da família em 2010.
Atual CEO, Paulo conta que sempre foi mais ligado ao comercial no negócio do que o pai, que é engenheiro civil. “Meu pai começou a ver os resultados do que eu estava realizando nos motéis, reforçando a confiança e credibilidade no meu trabalho. Foi uma passagem tranquila, algo que aconteceu naturalmente”, lembra. Além de ter criado um departamento comercial na rede, Paulo contratou uma consultoria de motéis. Como resultado disso, os motéis passaram por retrofit e reformas.

“Fui mostrando muita competência técnica e a grande virada ocorreu em 2010, quando comecei a apostar nos canais digitais dos motéis. Resultando em grandes resultados. Desde 2019, temos investido muito forte em atualizações dos motéis, em nos remodelarmos e em ressignificar a motelaria”, afirma.
Transição sem dificuldades
Naquele ano de 2019, o empresário Alberto Domingues, de 30 anos, recebeu do pai o convite para dividir a gestão do motel da família, o Censiv, fundado em 2001 na cidade de São Paulo.
O jovem estava com entrevista marcada para assumir uma vaga em importante multinacional do setor de cosméticos. Em 2019, o pai de Alberto comprou parte da empresa de outros sócios e confiou no talento do filho para dar conta do negócio. Alberto aceitou participar da gestão e, de cara, promoveu mudanças como a implementação de um novo sistema de administração, a criação de um programa de fidelidade e de automação, além de realizar alterações no quadro de funcionários.
Apesar da troca de administração, ele destaca que não houve dificuldade na transição ao lado do pai, nem objeção dele a suas ideias. “Ele sempre foi uma pessoa disruptiva no mercado, foi um dos precursores de suítes temáticas e a forma de operacionalizar era diferente do mercado. e então, meu pai sempre foi uma pessoa aberta a novas ideias. Nossa sintonia deu muito certo”, afirma.
Crescimento em conjunto
Foi a partir de 2020 que os irmãos Guilherme e Andressa Heck assumiram a administração do Itapuã,em Santa Maria (RS). Acostumados a acompanhar a rotina dos paisna organização do primeiro motel,fundado em 1987, o amor pelo negócio foi só uma consequência natural para os irmãos Heck. O Guilherme fez administração e eu, arquitetura, carreiras que tinham relação com nosso negócio.
Acabou sendo natural querer implantar melhorias e inovações para ver o trabalho dos nossos pais ficar melhor e evoluir. Acho que temos sido felizes nisso”, ressalta Andressa, de 27 anos e diretora geral dos motéis Itapuã.

A mudança de gestão trouxe desafios devido às diferenças de geração entre eles e os pais, que nem sempre concordavam sobre a melhor forma de empreender e implementar algumas inovações. No entanto, os ruídos logo foram superados durante a passagem de bastão.
“Toda mudança gera um desconforto. Com o tempo, fomos nos encaixando e encontrando nosso caminho para o crescimento em conjunto da nossa rede. Mas, no começo, mandávamos viajar e, na volta, já encontravam tudo pronto. Com o tempo, começamos a tomar todas as decisões com base em números, relatórios e demandas dos clientes”, enfatiza Guilherme, de 35 anos.
Entre as inovações trazidas estão a criação de relatórios e análises periódicas dos processos e produtos do motel, de uma cozinha interna, de novas categorias de quartos para suprir demandas dos clientes, além de deixar o motel mais tecnológico por meio de sistemas.
“Criamos um novo site e implementamos o sistema de reservas online. Fizemos nosso próprio aplicativo e organizamos um setor de marketing responsável pelas nossas redes sociais. Implementamos um sistema de treinamento interno para melhorar nossos serviços e criamos novos protocolos de limpeza. Hoje acredito que o Itapuã acabou entrando com tudo em nossas vidas e estamos contentes e empenhados em fazer com ele cresça e se desta que, honrando o negócio criado por nossos pais”, afirma Andressa.